8 de setembro de 2025

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by: Editorial Nidera

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Categories: Artigos, Soja

Fim do vazio sanitário: planejamento e início da safra de soja 2025/2026

Setembro marca um momento decisivo para os sojicultores brasileiros. Em grandes Estados produtores – como Mato Grosso, Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul – este mês sinaliza o fim do vazio sanitário da soja e o começo do plantio para a safra 2025/2026.  

Esse período de ausência de plantas vivas de soja (no mínimo 90 dias contínuos) é obrigatório por lei e tem a finalidade de quebrar o ciclo da ferrugem-asiática, uma das doenças mais severas da cultura. Ao eliminar as plantas voluntárias (“tigueras”) no campo, reduz-se drasticamente o inóculo do fungo Phakopsora pachyrhizi para a próxima safra, protegendo a produtividade e diminuindo a necessidade de fungicidas.  

Em outras palavras, o vazio sanitário funciona como um intervalo estratégico que viabiliza um caminho mais limpo e seguro para a nova safra. 

À medida que o vazio sanitário se encerra em algumas regiões, é fundamental que o produtor se prepare com atenção para os próximos passos. Afinal, com margens cada vez mais apertadas, um bom planejamento de safra é indispensável para maximizar a produtividade final 

Neste artigo, vamos abordar pontos-chave que merecem atenção antes de lançar as sementes ao solo, garantindo um início de safra bem estruturado e alinhado às melhores práticas agronômicas.  

E fique atento: em Estados, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul, o vazio sanitário só termina no final de setembro, com a semeadura começando em outubro. Cada região tem sua data, portanto, respeitar o calendário oficial é o primeiro passo para o sucesso e para evitar penalidades legais. 

Por que o vazio sanitário e o calendário de semeadura são tão importantes? 

Como mencionado, o vazio sanitário da soja é uma medida fitossanitária obrigatória no Brasil, adotada desde 2006 para conter o avanço da ferrugem-asiática.  

Ao proibir qualquer planta de soja viva no campo por um período definido (geralmente 90 dias), interrompe-se a “ponte verde”, que permitiria ao fungo sobreviver de uma safra para outra. Estudos mostram que, sem essa pausa, as perdas causadas pela ferrugem podem variar de 10% até 90% da produção em casos epidêmicos.  

Ou seja, cumprir o vazio sanitário não é só seguir a lei, é proteger o potencial produtivo da lavoura e evitar prejuízos severos. Além disso, essa estratégia coletiva contribui para reduzir a pressão de seleção por fungos resistentes, colaborando com o setor como um todo. 

Cada Estado (ou região dentro do Estado) possui datas específicas para o início e o término do vazio e para a janela de plantio permitida. Essas datas levam em conta as condições climáticas locais e foram estabelecidas pelo MAPA em conjunto com órgãos de pesquisa como a Embrapa, tudo pensando na melhor oportunidade possível para o cultivo de soja em cada região de acordo com o cenário esperado para a safra. 

Produtores devem estar atentos a essas determinações: plantar antes do fim do vazio (ou fora do calendário de semeadura autorizado) pode resultar em multas, destruição da lavoura e, claro, maior risco de doenças. Portanto, a primeira recomendação é: consulte o calendário oficial do seu Estado e só inicie a semeadura quando estiver dentro do período regulamentado.  

Confira abaixo o calendário de semeadura para a safra de soja 2025/26: 

Vazio sanitário e calendario de semeadura da safra de soja 2025/2026

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)

Início da safra de soja 2025/2026: o que considerar antes do plantio? 

Com a “luz verde” para plantar se aproximando, é hora de garantir que tudo esteja pronto para uma implantação de lavoura bem-sucedida. O planejamento da safra começa muito antes da semeadura, incluindo decisões estratégicas que impactarão todo o ciclo da cultura. A essa altura do campeonato, todos os sojicultores já devem estar preparados para colocar as decisões e estratégias em ação.  

E esses são os principais fatores a serem considerados: 

Escolha das áreas de plantio e manejo anterior 

Os produtores definem antecipadamente onde serão cultivadas as próximas lavouras de soja, analisando o histórico de cada área. Para isso, verificam se houve alta pressão de pragas, doenças ou nematoides na safra anterior e consideram adotar a rotação de culturas onde for possível. A alternância com outras espécies (milho, braquiária, etc.) ajuda a quebrar o ciclo de pragas e doenças, diminuindo a infestação inicial na soja.  

Também é avaliada a presença de plantas daninhas de difícil controle e planejada a dessecação antecipada dessas áreas. Essas informações, juntamente com as condições climáticas, são determinantes para escolher as cultivares mais adequadas para cada talhão, priorizando, por exemplo, variedades com maior tolerância a determinadas doenças presentes no histórico da área ou a determinada temperatura 

Sementes certificadas e de qualidade 

O produtor jamais deve comprometer o insumo mais básico da lavoura, a semente. Por isso, é fundamental optar por sementes certificadas para assegurar alta qualidade genética e fisiológica, com boa germinação e vigor.  

Sementes fiscalizadas asseguram padrões mínimos de pureza varietal e são cuidadas com mais rigor contra pragas, patógenos e sementes de daninhas, reduzindo riscos fitossanitários. Além disso, a certificação indica procedência confiável.  

Então, priorize fornecedores de confiança e verifique a disponibilidade das cultivares desejadas com antecedência. Uma semente de qualidade é o primeiro passo para um estande uniforme e produtivo. 

Cultivar adequada para cada situação 

A definição da cultivar de soja é feita com critério, considerando fatores agronômicos e estratégicos.  

Entre os principais pontos considerados pelos produtores no planejamento, temos: ciclo da cultivar (precocidade), que deve estar alinhado ao clima da região e à janela de plantio da segunda safra (como o milho safrinha); potencial produtivo comprovado; tolerância ao acamamento (plantas mais eretas sofrem menos em chuvas e ventos) e resistência a doenças importantes na sua região. 

Conhecer bem as características do material – exigências de fertilidade, arquitetura de planta, peso de grãos, etc. – ajuda a casar a cultivar com a realidade de cada área. Por exemplo, áreas com histórico de determinada doença podem se beneficiar de variedades com genética mais tolerante, agregando segurança ao manejo.  

Ao selecionar cultivares, consulte resultados locais de ensaios e procure orientação de engenheiros-agrônomos ou consultores de confiança. 

Correção do solo e adubação 

Antes de semear, os produtores realizam análises de solo para checar pH e nutrientes disponíveis, corrigindo pontos como a acidez, se necessário (calagem ou gessagem, conforme recomendações técnicas), e planejando a adubação da safra com base nas exigências da soja e na fertilidade atual de cada talhão.  

Um solo bem corrigido em termos de química (pH adequado, níveis satisfatórios de fósforo, potássio, etc.) e nutrido permite que a cultura tenha acesso aos elementos necessários desde o início, favorecendo o arranque inicial.  

Além disso, é avaliada a condição física do solo: existem compactações ou camada adensada impedindo o crescimento radicular? Se sim, operações, como escarificação ou subsolagem, feitas no momento certo e com umidade adequada, podem ser necessárias.  

Em sistemas de plantio direto, uma boa cobertura de palha é desejável – muitas vezes obtida com a dessecação da vegetação prévia (seja uma cultura de cobertura ou as próprias invasoras) no timing correto, para formar palhada e facilitar o plantio.  

Em resumo, preparar o solo é preparar o terreno (literalmente) para que a semente expresse seu máximo potencial. 

Tratamento de sementes 

Uma vez escolhidas sementes de qualidade e a cultivar de soja ideal, o produtor precisa assegurar que essas sementes recebam a devida proteção antes de irem ao solo.  

O tratamento de sementes, com inseticidas, fungicidas e outros produtos, ajuda a viabilizar uma emergência vigorosa e um estande inicial uniforme. Sementes tratadas estão protegidas contra pragas de solo e fungos que causam tombamento (damping-off), por exemplo.  

Nesse momento, é realizado também o uso de inoculantes (para fixação biológica de nitrogênio) e bioestimulantes/biológicos, conforme recomendação técnica, para dar um estímulo extra no arranque inicial.  

Muitos produtores optam pelo tratamento industrial de sementes (TSI), realizado por empresas sementeiras, que assegura dosagens precisas e cobertura uniforme do produto em cada semente. Essa prática não só melhora a eficácia do tratamento, como reduz riscos na fazenda, já que evita o manuseio de defensivos pelo produtor. O resultado são plântulas melhor protegidas e com potencial para se desenvolverem plenamente. 

Manejo fitossanitário integrado desde o início 

Com a lavoura no chão, o trabalho está apenas começando. Um manejo eficiente da safra requer monitoramento constante e ações proativas de controle de pragas, doenças e plantas daninhas ao longo de todo o ciclo.  

No contexto pós-vazio sanitário, é crucial permanecer vigilante. Por isso, os produtores realizam vistorias periódicas na lavoura desde as fases iniciais, instalam armadilhas ou usam ferramentas de monitoramento, além de ficar atentos às condições climáticas, já que umidade e temperatura influenciam diretamente a dinâmica das ameaças fitossanitárias.  

No combate a pragas, doenças e daninhas, os produtores estratégicos já se planejam para integrar diferentes métodos e ferramentas dentro do conceito de MIP (Manejo Integrado de Pragas), MID (Manejo Integrado de Doenças) e MIPD (Manejo Integrado de Plantas Daninhas). 

Lembre-se: começar a safra com sanidade e manter esse status ao longo do ciclo é imprescindível para atingir altos tetos produtivos. 

Se tem soja de qualidade, tem Nidera: a parceira do produtor na safra 2025/2026 

O período que sucede o vazio sanitário é de intensa atividade e expectativa no campo. Planejar e executar bem, cada etapa faz toda a diferença para que a safra 2025/2026 comece com o pé direito. Cada decisão tomada agora, no início do ciclo, terá reflexos na colheita lá na frente. Por isso, siga as recomendações técnicas e adapte-as à realidade da sua fazenda. 

A Nidera Sementes, com quase duas décadas de presença no Brasil, orgulha-se em fazer parte deste momento importante ao lado do produtor. Sabemos que uma safra vitoriosa começa muito antes da semeadura, começa com informação de qualidade, assistência técnica e insumos confiáveis.  

Se você busca genética de soja superior, com qualidade comprovada e adaptada às diferentes regiões produtoras, conte com o portfólio Nidera! 

Nossa missão é entregar cultivares que agreguem valor a sua lavoura, resultando em mais resiliência, produtividade e rentabilidade. Afinal, se tem soja de alta performance, tem Nidera!